Depois de anos em que botas ortopédicas eram consideradas a salvação das crianças que aparentavam ter o pé encostado no chão sem aquela curvinha, os médicos deixaram de receitá-las. Felizmente constatou-se que o uso do calçado não promovia a cura do pé chato, e que a maioria dos casos se corrige por volta dos seis anos. Que bom para as crianças que não conseguiam correr por conta do incômodo provocado pelo pisante duro e desconfortável!
O pé chato ou plano é um problema ortopédico bem mais comum do que se costuma imaginar se surgido na infância. De origens ainda nebulosas à classe médica, o que se sabe é que a hiperflexibilidade - tanto do corpo como quanto na articulação dos pés - e o posicionamento entre os ossos, afetam diretamente o surgimento do pé chato. Pode-se dizer que é uma questão genética.
“Os casos de pé chato infantil são os menos graves”. Atualmente, ao invés da botinha, o problema é tratado por palmilhas ou até mesmo com exercícios localizados, explica o ortopedista especialista em cirurgia do pé e tornozelo pelo Hospital das Clínicas Dr. Mauro Dinato.
Se não tratado, pode evoluir para dores não apenas nos pés, como também nas pernas, tornando a patologia muito incômoda. E, ao contrário do que se pensa, não existe somente o pé chato infantil. O problema também pode surgir na adolescência, em adultos e idosos, só que de diferentes origens e razões.
"Quando acontece na adolescência, por volta dos 12 ou 13 anos, os casos estão ligados à fusão anormal de dois ossos do pé. É mais raro, mas pode ser resolvido com uma cirurgia chamada Coalizão Tarsal", aponta Mauro. Já na fase adulta (e até idosa), pode surgir em função de uma degeneração de um tendão do pé. A fisioterapia e a palmilha são recomendadas como formas de tratamento, e se o caso for muito grave, apenas a tenoplastia corrige (operação que resolve problemas ligados aos tendões ou osteotomia, se relacionados ao osso).
Então, se você é um destes que desde criança tem o pé chato ou começou a sentir estranhas dores nos pés, não ache que nunca terá problemas maiores se não tratar o problema. Procurar um ortopedista é absolutamente fundamental para evitar incômodos, dores e complicações.
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